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Entrevista da revista VEJA com Eric Drexler

O cientista e engenheiro americano K. Eric Drexler é dono do primeiro PhD em nanotecnologia do mundo, título que obteve em 1991, no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês). Especialista em tecnologias emergentes e suas conseqüências para o futuro, tornou-se um nome emblemático e um dos principais responsáveis pela difusão das idéias em torno dos nanômetros. Parte da notoriedade de Drexler decorre da publicação de clássicos como Engines of Creation e Nanosystems: Molecular Machinery, Manufacturing, and Computation. Atualmente, ele é chefe do conselho técnico da Nanorex, empresa que desenvolve programas de engenharia molecular.  
VEJA: A idéia da nanotecnologia surgiu há quase cinqüenta anos. Por que somente agora começa a deslanchar?
ERIC DREXLER:
A velocidade das mudanças aumentou muito nos últimos anos graças a ferramentas poderosas como novos microscópios. Houve também a entrada em cena de muitos jovens pesquisadores, com idéias audaciosas e criativas. Eles não tiveram medo de explorar novos caminhos.

VEJA: O que se pode esperar da nanotecnologia para os próximos anos?
DREXLER:
Em suas formas avançadas, a nanotecnologia permitirá a fabricação de produtos complexos de forma mais limpa, eficiente e barata. Em duas décadas, poderemos ver computadores pessoais com 1 bilhão de processadores e sistemas de energia solar eficazes e de baixíssimo custo, além de dispositivos médicos de grande precisão.  

VEJA: Por que o senhor diz que países em desenvolvimento têm na nanotecnologia uma oportunidade para crescer?
DREXLER:
A nanotecnologia pode melhorar a produtividade e a utilização de recursos. Acho que os países com ênfase no desenvolvimento de capital humano e de novos talentos, que apóiam a inovação tecnológica e estão abertos a mudanças, poderão progredir rapidamente. Financiamento é um problema, mas essa é uma corrida da qual não se pode ficar de fora.  

VEJA: Em Engines of Creation, o senhor diz que temos de melhorar o nível dos debates sobre inovações tecnológicas, até para formular políticas mais eficientes. O que isso quer dizer? DREXLER: Muitas inovações, como os alimentos geneticamente modificados, têm encontrado resistência na sociedade, principalmente por causa do mau uso da informação. É preciso estabelecer a diferença entre fatos e agendas políticas. Temos de criar um sistema formal de tomada de decisões, no qual pessoas razoavelmente neutras avaliem o caminho das mudanças tecnológicas. Perdemos muito tempo discutindo bobagens. Temos de lançar um olhar menos ideológico sobre o que avaliamos.

Fonte: http://veja.abril.com.br/especiais/tecnologia_2006/p_022.html
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Escala nanométrica: O futuro é invisível


Eric Drexler, o homem que inventou a nanotecnologia, está insatisfeito com os rumos que sua idéia tomou. Mas aposta que ela ainda transformará o mundo.

por João Paulo Gomes

A próxima grande revolução na ciência será tão pequena que você não vai enxergá-la nem com microscópio. Os efeitos, porém, serão devastadores. Quem garante é o físico americano Eric Drexler, cientista que batizou a tal revolução de “nanotecnologia”, na década de 80. Drexler inventou o termo para identificar um conhecimento ainda por ser gerado, que consistiria no desenvolvimento de uma linha de produção industrial em escala nanométrica, ou seja, igual ou inferior a um bilionésimo de metro. Uma fábrica inteira menor que o diâmetro de um fio de cabelo, capaz de montar produtos átomo por átomo. Descrever algo que não existe é tarefa difícil, mas o nome inventado por Drexler caiu no gosto popular – até ter seu significado alterado por pesquisadores nos últimos 20 anos.
Hoje, trata-se por nanotecnologia o desenvolvimento de produtos com tamanho inferior a 100 nanômetros, enquanto o termo original referia-se a miniaturizar o processo produtivo como um todo. Para Drexler, a mudança esvaziou parte do conceito. De um jeito ou de outro, o investimento em pesquisas cresce em tamanho inversamente proporcional aos objetos produzidos: saltaram de 825 milhões de dólares, em 2000, para 3 bilhões de dólares, em 2003. Gigantes como Kodak, General Electric e 3M saíram na frente e já tocam projetos de satélites mais leves a televisores de altíssima qualidade. Não chega a ser o futuro imaginado por Drexler. E a distância a percorrer ainda é longa. Mas a ciência já caminha rumo à gigantesca revolução microscópica.
Entrevista abiaxo:

Tendências

Tendências

NANORROBÔS
Até 2010, a ciência deverá ser capaz de construir nanorrobôs – minúsculos robôs que vão ordenar os átomos para a criação de novos produtos.

ESCALA COMERCIAL
Se tudo correr como prevêem os cientistas, os primeiros produtos da nanotecnologia comercialmente viáveis devem surgir a partir de 2015.

MEDICINA
Em 2020, os nanorrobôs deverão ser amplamente utilizados em hospitais. As maquininhas invisíveis poderão entrar no corpo humano para combater células cancerígenas, matar vírus e micróbios, destruir placas de colesterol.

RISCO POTENCIAL
Assim como os nanoprodutos podem ser usados para o nosso conforto, também podem se voltar contra nós. Um dos temores é que a tecnologia seja empregada para fins militares.

Fonte: http://super.abril.com.br/tecnologia/nanotecnologia-revolucao-invisivel-445500.shtml
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Nanotecnologia: A revolução invisível

Com inúmeras aplicações, a nanotecnologia promete criar produtos e matérias-primas que vão mudar a sua vida daqui a alguns anos

por Leandro Steiw

Desde 1995, os cientistas do Instituto Max Planck, na Alemanha, conseguem controlar os movimentos de uma sanguessuga viva a partir de um computador. Eles conectam um minúsculo chip de silício, com menos de 50 milésimos de milímetro, ao nervo central do verme. Os sinais da célula nervosa são recebidos pelo equipamento e transformados em sinais elétricos. Ao interpretar esses sinais, os pesquisadores são capazes de reproduzir os comandos de um neurônio sem comprometer o desempenho das células vizinhas. Nos últimos dez anos, o instituto vem se empenhando em reduzir o chip da escala micrométrica para a nanométrica, para utilizá-lo no tratamento de doenças neurológicas humanas. Implantado no cérebro, o chamado neurotransistor poderá corrigir, por exemplo, a produção da substância das células degeneradas que causam o mal de Parkinson. A pesquisa alemã deverá ser uma das inúmeras contribuições que a nanotecnologia promete para o século 21.
Afinal, o que é essa tal de nanotecnologia? “Nano” vem do grego e significa “anão”. Um nanômetro equivale a um milionésimo de milímetro, medida tão pequena que são necessários cerca de 400 000 átomos amontoados para atingir a espessura de um fio de cabelo. Portanto, os nanoprodutos são objetos que medem milionésimos de milímetro. A melhor imagem para entender o funcionamento da nanotecnologia são os tradicionais blocos Lego. Imagine que cada uma das pecinhas seja um átomo. Você prende os blocos uns aos outros e constrói um carro, uma casa ou um avião. Pense nesse processo numa escala microscópica e você terá compreendido como transformar um átomo num produto maior. Suponha agora que a propriedade de uma molécula – dois ou mais átomos reunidos – seja repelir a água. Milhões dessas moléculas agrupadas viram um tecido impermeável. Metros e metros desse tecido serão usados em roupas. Pronto, agora você tem uma capa, uma calça e um sapato para sair na chuva sem se molhar.

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Busca ao átomo

A jornada do homem rumo ao átomo abre um universo de descobertas tão vasto como o criado pela conquista do espaço. Esse roteiro é ilustrado pelas imagens destas páginas. Na seqüência, a câmera se aproxima da Terra (imagem 1) até visualizar um casal no gramado de um parque (imagem 6). Depois, avança sobre o corpo (7), atinge a mão (8) e penetra na pele (9), chegando à célula (12). Ainda abaixo disso é que está a nanotecnologia

Fotos reprodução Powers Of Ten/Scientific American Library
1. 100 000 quilômetros da Terra 2. 1 000 quilômetros 3. 10 quilômetros
4. 1 quilômetro 5. 100 metros 6. 10 metros
7. 1 metro 8. 10 centímetros 9. 1 centímetro
10. 1 milímetro 11. 100 mícrons12. 10 mícrons


Fonte: http://veja.abril.com.br/especiais/tecnologia_2006/p_022.html
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O que vem por ai. Parte 2

MEIO AMBIENTE

Filtro-filme:
Imagine um plástico que deixa passar a água mas retém todas as suas impurezas. Eis o sonho de cientistas australianos que lidam com membranas nanométricas para tratar a água.


ELETRÔNICOS

Tela-cartaz:
As OLEDs devem se transformar em plásticos que brilham, instaladas sobre qualquer material e em superfícies curvas como postes. A mesma tecnologia pode servir para a iluminação pública.

Memória atômica:
Gastar uma molécula inteira para guardar dados é desperdício! Cientistas já vislumbram a spintrônica, em que cada elétron guardaria dados. De acordo com o lado para o qual gira, ele poderia indicar os números 0 ou 1.
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O que já existe por ai. Parte 2

MEIO AMBIENTE

Esponja de óleo:
Nanoímãs da Universidade de Brasília repelem a água mas se unem ao óleo, o que os faz controlar derramamentos de óleo no mar. Uma vez isolada, é possível decompor a poluição com a ajuda de uma substância à base de óxido de titânio, que reage com o óleo em contato com a luz.
Língua eletrônica:
Um aparelho da Embrapa de São Carlos, SP, diferencia paladares do vinho, café e água com uma sensibilidade 10 mil vezes maior que a língua humana. Para os ecologistas, a vantagem é que ela pode, em poucos minutos, denunciar a presença de pesticidas e metais pesados no ambiente.
Químicos seguros:
Uma fábrica suíça vende pesticidas cujo veneno está dentro de “moléculas-envelope”. Os agricultores podem borrifar uma grande quantidade da substância de uma só vez e ela vai aos poucos se soltando. Faz bem à saúde dos trabalhadores e à natureza.

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A primeira notícia sobre nanotecnologia no Brasil

Notícia publicada na Revista Superinteressante em maio de 1992.

No coração da matéria

Graças ao microscópio de efeito túnel, baseado nos princípios da Física quântica, os cientistas conseguem enxergar átomos e manipulá-los um a um. Em uma década, a nanotecnologia, ciência do infinitamente pequeno, poderá ver os primeiros resultados práticos da possibilidade de construir moléculas sob medida. A longo prazo, em vinte ou trinta anos, é provável que surjam supercomputadores de bolso e minúsculas sondas para percorrer o interior do corpo humano.

por Fátima Cardoso

As palavras soavam como que saídas da boca de um visionário: "Não tenho receio de considerar como questão final se, por fim — no futuro distante — nós pudermos arranjar os átomos da maneira que quisermos (...). O que aconteceria se pudéssemos arranjar os átomos, um por um, do jeito que quiséssemos?" Na época em que o físico americano e aprendiz de profeta Richard Feynman (1918-1988) devaneou diante de uma platéia incrédula, o mundo não era lugar para pequenas idéias. Em dezembro de 1959, quando Feynman preferiu as visionárias palavras na palestra "Há muito lugar no fundo" para seus colegas da Sociedade Americana de Física, os computadores ainda eram geringonças que ocupavam metade das salas em que eram colocados. Feynman falava em mexer átomos num tempo em que ninguém sequer tinha visto um deles. Trinta anos depois, o sonho do físico ganhou forma na ciência do muito pequeno, a nanotecnologia, assim chamada porque seus objetos de estudo costumam ser medidos em nanômetros — 1 milhão de vezes menor que 1 milímetro.
O que aconteceria se pudéssemos mover átomos?, perguntava Feynman. Respondem os cientistas que os manipulam hoje: podem-se construir supercomputadores que caibam no bolso, gravar bibliotecas inteiras em superfícies de centímetros quadrados, colocar microssondas para fazer testes sangüíneos dentro do corpo humano. Tudo isso ainda é suposição, previsão, talvez sonho. "A preocupação fundamental não é a aplicação das descobertas na prática, mas a pesquisa pela pesquisa. Os resultados disso só se tornarão visíveis dentro de uma década", disse a SUPERINTERESSANTE o físico americano K. Eric Drexler, da Universidade Stanford, o papa da nanotecnologia. O mundo futuro imaginado por Drexler, em que se construirão aparelhos ou substâncias molécula por molécula, é ridicularizado por alguns de seus colegas cientistas — da mesma forma que a maioria dos físicos presentes à palestra de Feynman acreditava que ele estava simplesmente brincando.
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O futuro e as moléculas inteligentes

Santo remédio
O maior impacto da nanotecnologia seria, de longe, na saúde. Moléculas robôs capazes de modificar o DNA poderiam ser adicionadas a drogas para exterminar doenças como o câncer. Mais: elas poderiam penetrar no código genético de vírus e castrá-los, tirando deles a capacidade de se multiplicar e de matar
O segredo da mágica
Essas engrenagens mais de mil vezes menores que o diâmetro de um fio de cabelo, conhecidas como moléculas robôs, seriam o cérebro da nanotecnologia. A função primordial delas seria fazer e desfazer ligações entre os átomos, possibilitando a construção de coisas átomo por átomo. Projetadas e programadas em laboratório, elas ficariam flutuando no ar até serem requisitadas para construir um novo objeto por meio de um comando de voz, por exemplo
Computador-cabeça
Micros que usassem moléculas para processar dados seriam pequenos o suficiente para ficar implantados no corpo, ligados aos neurônios do cérebro. Além de serem mais do que portáteis, com telas e mouses virtuais, eles poderiam até turbinar a inteligência da pessoa, já que o modo de processar informações desses supermicros seria análogo ao da mente do seu usuário
Comida do nada
A nanotecnologia poderia fazer coisas surgirem aparentemente do nada. A mágica, na verdade, seria mais um dos efeitos da ação das moléculas robôs. Elas transformariam um gás com elementos como carbono, hidrogênio e oxigênio em um banquete - uma feijoada, por exemplo. Afinal, esse prato nada mais é que um bando de átomos arrumados de uma maneira específica - e suculenta!
Purificadora de ar
Moléculas robôs suspensas na atmosfera eliminariam a sujeira que a humanidade despeja no ar desde o século 18. Elas poderiam usar moléculas de oxigênio (O2), reorganizá-las e criar moléculas de ozônio (O3), reduzindo o buraco na camada desse gás que protege nosso planeta. Para repor a perda de oxigênio, as moléculas quebrariam dióxido de carbono (CO2), que, em excesso, aumenta a temperatura média da Terra
Carro vivo
Automóvel do futuro é este aqui: feito só com minúsculas moléculas artificiais, ele poderia mudar de cor, de forma ou até de cilindrada a qualquer comando do dono. Se a lataria riscar, não tem problema: as nanoengrenagens entram em ação para tapar o estrago da mesma forma que uma estrela-do-mar se auto-regenera quando perde um membro

Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br/tecnologia/pergunta_286918.shtml
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O que vem por ai. Parte 1.

PRODUTOS QUE DURAM 

Embalagens longa-vida:
Cada vez mais leves e finas. Um material muito usado será a argila, que o Brasil tem de sobra.

AUTOMÓVEIS

Carros peso-mosca:
Com a possibilidade de manipular as propriedades dos materiais, a diferença prática entre vidro, plásticos e metais vai diminuir. Os carros tenderão a usar apenas substâncias mais leves e resistentes. Ou seja: ferrugem, carros pesados e bebedores, nunca mais.

FARMÁCIA
Protetores solares:
A próxima geração deve ser feita de nanopartículas de dióxido de titânio, que absorvem os raios ultravioleta e se espalham mais facilmente sobre a pele.
Alerta de doença:
Sensores eletroquímicos, instalados na pele ou em roupas, alertarão portadores de HIV e diabéticos sobre o nível de vírus ou de açúcar no sangue.

MEDICINA
Indicador de tumor:
Cristais apelidados de “pontos quânticos” emitem luz e são absorvidos facilmente por células cancerosas. Pacientes poderão ver pelo brilho da pele se o câncer está se espalhando pelo corpo. Já deu certo com ratos.
Nanorrobôs:
Não, não são pequenos andróides, mas moléculas construídas para reagir pontualmente. Um remédio com nanorrobôs em fase de teste é o Mylotarg, que possui um anticorpo que reage com células cancerosas e carrega uma molécula tóxica. Ele só libera a substância ao lado de um tumor.

Fonte: http://super.abril.com.br/tecnologia/nanotecnologia-esta-rua-445761.shtml
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O que já existe por ai. Parte 1

PRODUTOS QUE DURAM
Embalagens que conservam:
Nanocompostos de argila, que bloqueiam o oxigênio, fazem embalagens que dobram a validade de alimentos. Um protótipo desses já foi feito na Unicamp.
Material esportivo:
A bola da Copa Davis de tênis, na Inglaterra, possui uma camada com partículas minúsculas de borracha e argila que dobra a vida útil do produto. Também há raquetes de tênis e bolas de golfe com nanocompostos parecidos.

AUTOMÓVEIS 
Pintura antiarranhão:
Já há um verniz tão liso que qualquer coisa que tentar riscá-lo acabará deslizando. O segredo dele são moléculas mais densas (que deixam menos espaços vazios) e ter os buracos restantes preenchidos com partículas de cerâmica. Todos os carros feitos na Mercedes-Benz da Alemanha já são cobertos com a substância.
Supervidros:
Um produto australiano tapa os pequenos buracos do vidro que costumam segurar a água e, com isso, faz as gotas deslizarem rapidamente, eliminando a necessidade do limpador de pára-brisa. Já os modelos A4, A6 e A8 da Audi vêm com uma camada de prata no vidro da frente que conduz eletricidade e, com isso, dispensa o aquecedor para desembaçar e consegue escurecer em ambientes muito claros. Já existe também uma viseira de capacete que escurece em locais muito claros.
Pneus ecológicos:
A poluição causada pelos pneus está para acabar. Outros materiais – como nanopartículas de óxidos metálicos ou de argila – dobram a vida útil e são menos poluentes que o carbono dos pneus comuns.

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Matérias-primas produzidas por meio de nanotecnologia


Com crise, clientes passaram a priorizar carros mais baratos e econômicos. Novo Fiat Uno entra na geração de modelos com materiais alternativos.


A crise econômica mundial trouxe à indústria automobilística um duplo desafio, o de manter o lucro mesmo com as vendas em queda e o de resgatar antigos clientes, perdidos com a reviravolta da economia global. No pós-crise, é consenso entre as montadoras que os clientes passaram a priorizar carros mais baratos na hora da compra e mais econômicos na hora de abastecer. Para as fabricantes, a saída está na redução do peso dos automóveis, que começam a receber materiais mais leves.
A necessidade de desenvolver carros economicamente viáveis e ambientalmente atrativos dominou os debates do seminário organizado pela Sociedade de Engenheiros da Mobilidade (SAE Brasil), em São Paulo, nesta semana. A conclusão dos especialistas é que, para se adaptar às novas exigências do mercado e às necessidades dos projetos de engenharia, a grande mudança nos carros começará pela troca de materiais – alterações que também atingirão os carros híbridos e elétricos, que sofrem sobrecarga com o peso das baterias.
Não por acaso, hoje fazem parte das linhas de produção matérias-primas que há pouco tempo eram raras: fibras naturais, plásticos e borrachas produzidas por meio de nanotecnologia, alumínio no lugar do aço, adesivos em substituição a soldas, além de cada vez mais compostos reciclados.


Fonte : http://g1.globo.com/carros/noticia/2010/06/montadoras-apostam-em-carros-mais-leves-para-reconquistar-consumidor.html
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Novas esperanças para enfrentar câncer

Duas pesquisas, publicadas na edição desta semana da revista científica americana "PNAS", mostram formas promissoras de aplicar a nanotecnologia, ciência que permite a manipulação de estruturas incrivelmente pequenas, como forma de atacar o câncer. Um dos trabalhos apresenta uma forma nova e extremamente sensível de diagnóstico de tumores, enquanto o outro revela um tratamento inovador e, aparentemente, com poucos efeitos colaterais -- aplicado por enquanto só em camundongos.
A nova forma de diagnóstico está um pouco mais próxima das aplicações clínicas, a julgar pelo artigo de Ralph Weissleder, do Hospital Geral de Massachusetts, e colegas na "PNAS". A nanotecnologia envolve a manipulação de objetos ou materiais na escala nanométrica (equivalente a um metro dividido por um bilhão). No caso, Weissleder e companhia usaram nanopartículas magnéticas que receberam um aditivo especial: a capacidade de aderir a células cancerosas de uma dada amostra (que poderia ser de sangue ou de um órgão operado, por exemplo).
O próximo passo foi aplicar um aparelho de ressonância magnética portátil à amostra. Com isso, em menos de 15 minutos, foi possível detectar a presença das células tumorais, uma velocidade muito superior à disponível para os atuais testes de diagnóstico. O melhor é que o sistema é bastante sensível: apenas duas células de câncer foram suficientes para a detecção com essa abordagem. Isso facilitaria o tratamento precoce da doença.
Nanotubos
Já a equipe liderada por Suzy V. Torti, da Universidade Wake Forest, também nos Estados Unidos, testou o emprego combinado de nanotubos (tubos de dimensão nanométrica) de carbono e radiação em camundongos com uma forma de câncer de rim.
Esses nanotubos conseguem emitir calor quando recebem uma dose de radiação no infravermelho próximo, que não é cancerígena como a radiação gama, por exemplo. Com apenas 30 segundos de radiação, o calor gerado pela combinação foi capaz de destruir os tumores, o que traz esperanças de se usar a abordagem em humanos no futuro.


Fonte : http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1236314-5603,00-AVANCOS+DA+NANOTECNOLOGIA+TRAZEM+NOVAS+ESPERANCAS+PARA+ENFRENTAR+CANCER.html